«Tropa de elite.
Frio. Um frio imenso, húmido e cortante.Um frio que se entranha e nos trespassa sem piedade até aos ossos. Um frio que nos rasga a carne, que nos gela o pensamento, que nos faz tremer. Um frio que, deitados junto a um qualquer escanzelado pinheiro sem ramos, enregelados por uma névoa branca e cortante, nos impede de dormir, de descansar, de sentir. São duas da manhã. Deitados na areia e tapados apenas com o céu negro que nos cobre, pensamos na ração de combate, no amanhecer que nunca mais chega. Compreendemos que, mesmo para rapazes na força da idade, será tudo menos fácil a vida de um fuzileiro...»
(Revista - Noticias Magazine - de 29 de Junho 2008)
Memorial aos Fuzileiros na Escola de Fuzileiros:
"Mais razão há que queira eterna glória
Quem faz obras tão dignas de memória"
(Os Lusíadas - Luís de Camões)
Quem faz obras tão dignas de memória"
(Os Lusíadas - Luís de Camões)
O meu muito obrigado á Marinha Portuguesa e aos Fuzileiros Navais por tudo o que fizeram por mim !!
Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre !!
Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre !!
1 comment:
Finalmente, amigo, regressas. E que bom é poder ler-te renovado! Sentir o pulso ao teu pensamento, à tua ironia e bom-humor, às aventuras em que te vais metendo, incluindo as da memória e as da gratidão graças à memória que nada de bom ou de mau rasura.
Acho que pertencemos ambos a uma geração que tinha ainda vivo um altíssimo e refinadíssimo orgulho militar patriótico, um certo brio numa Pátria de homens agarrados à terra, pefeitos guerrilheiros, capazes de rechaçar o espanhol com uma pá padeireira, capazes de rechaçar fosse quem fosse ao murro e ao pontapé, mas a quem, ao mesmo tempo, a vida pseudodemocrática aqui e ali foi desencantando de defraudamento em defraudamento. A classe política do Bloco Central falhou-nos. Precisamos de uma repartição completa da correlação de forças na Assembleia da República. Ir pela Esquerda da Esquerda é urgente. Desalojar os interesses estabelecidos e corrupção associada um imperativo.
Tu conservas viva a Crença no Optimismo como energia renovadora de ti mesmo e de tudo o mais. Eu já só vejo o lado negro e irremediável de Portugal, comigo a bordo de tal Titanic Nacional.
Preciso, também eu, de acreditar numa nova oportunidade que me encha de esperança e de uma energia que efectivamente energize a minha criatividade estancada e que por agora me não permite dela viver. Daí a luta por publicar um livro o mais urgente possível. Um livro que tenha impacto e sucesso.
Tenho os meus sonhos ainda vivos, mas como que em jardins suspensos e inacessíveis babilónicos.
Penso para nós dois aquelas mercidas praias tropicalinas, brasíliacas talvez, de um Tempo Novo e Apaziguado, sem maiores angústias que as dos gumes e das asperezas dos matos, que a da dureza das pedras nas escarpas que escalamos, fragas da aventura que superamos e das quais maiores horizontes avistamos.
Sonho, e muito, com o meu regresso ao Consolo Absoluto de uma Missa rezada e chorada, amada e cantada, à limpeza tranquilia e diáfana da minha mente absorta em Deus.
Ou ainda vivo. Ou depois de morto.
PALAVROSSAVRVS REX
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