Entrei numa nau sem destino,
Sem saber com que contar.
O mar agita-se em meu redor,
A tormenta não vai parar.
A alma lusitana me guie,
Pois condenado vou ser.
Por um amor perdido fujo,
Nada mais me pode deter.
No caís deixei a paixão,
Vil anseio meu.
Que me desgraçou a alma,
E o meu mundo se perdeu.
Só levo no peito a recordação,
Dos dias de itera loucura.
Num êxtase profundo,
Agora valente amargura.
A nau feita Castelo,
Susana o nome lhe dei.
Com madeira de Pinheiro,
Santo Agostinho benzei.
E se o mar me engolir,
Porque é dele o meu ser.
Que preserve intacta a barca,
Para seu nome manter.
Se por milagre conseguir,
Em algum lugar aportar.
O destino me retorne à partida,
Somente para a amar.
Será que estareis no cais,
Senhora, à minha espera?
Dei vosso nome à barca,
Ó ninfa, minha Quimera.
Nos braços seus descanso a cabeça,
Porque a jornada foi dura.
Levai-me pro vosso leito,
Honrai-me senhora a bravura.
Se esse prazer me conceder,
No céu estarei a entrar.
Susana do vosso Castelo,
Vislumbro o Sol e o luar.
Amanhecer no seu regaço,
É ternura e paixão.
A nau volta ao mar,
Pois eu tenho a sua mão.
No Castelo vou plantar,
Uma "Oliva" no jardim.
Que essa árvore sagrada,
Lhe faça lembrar de mim.
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